sábado, 16 de outubro de 2010

Coralina




Era tarde de um retorno


Diário passeio certo passo


Ao deparar de certo fato


Tão clamante de socorro



Era senhora em seus ombros


Tal carregava um fardo


De entulhos arrastava


Naquelas rodas cansadas



Ao olhar me fiz de pronta


Lá estava ao seu lado


Propondo-me a ajudá-la


ao fim eram quatro passos



Aproveitando o momento


Envolto a tanto aprendizado


Fui logo perguntando


Como chamava tal encanto



Prontamente num sorriso


Tão puro nunca visto


Já sem beleza do tempo


Respondeu-me Coralina



Eu cansada do tal peso


Balbuciei num alento


Que dureza era aquilo


A que preço o sofrimento



Ela sempre sorrindo disse


Que trabalho abençoado


Pois daquele pesado fardo


Vinha na vida seu sustento

Fiquei a enxergar seus olhos


Brilhantes ao falar da luta


Eu já nem fôlego tinha


No auxílio à sua lida



Percebi por um momento


Quem estava ajudando ao contexto


Era Coralina a Ines


E não Ines a Coralina



Das imagens de um instante


De presente me veio a mente


Como se a cruz carregasse


na ajuda ao semelhante



ao despedir-me suave


olhou-me timidamente


como duas grandes amigas


beijei a face de Coralina



retornando em meus passos


de alma leve confesso


quase levitava em versos


de tanto peso tirado



Minha alma agradecida


Aos braços abertos dizia


Obrigada ao Divino Mestre


Pelo momento de tamanha prece



Atitudes são necessárias


O medo sendo vencido


O humano e solidário


Cumprimento do destino



Já sei buscar sabedoria


É no pequeno que habita


Nas arestas da vida sofrida


O segredo da felicidade





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