Encontro

Como posso te impedir de ir
Se já estás dentro de mim?
Como posso dizer não ao fato
De que seus passos vão prosseguir?
Como posso te recolher aos braços
se tuas mãos já me acenaram?
Como posso sobreviver
sem tua presença ao meu lado?

Fica já imensa saudade
Apoiada na tua viagem
Na certeza de novo encontro
Algum dia meu amor, me aguarde!

Visita

Ao olhar-me por dentro
Me pego às vezes chorando
E não entendo esse pranto
Da onde vem o lamento?

E no barulho do mundo
Na sensação de um susto
Vêm as lágrimas e pergunto
Da onde vem esse medo?

E num silêncio seguro
Que me abraça e acalma
Percebo que é saudade
A visitar minha alma

E vez ou outra retorna
Unindo vidas lá fora
Fortalecendo o amanhã
Eternizando o agora

Recriando

Na limitação do ser
Frágil e apressado
Vamos nos socorrendo
De idade em idade

Como num conta gotas
Vamos assimilando
Tantas lições de casa
Tanto amor ao pranto

E no bailar das horas
Vamos nos recriando
Interpretando o vento
Contagiando o humano

Pois sempre a melodia
Da chegada e partida
Traz em seus sons eternos
muito da nossa vida

Frágil e Forte

Falar da mulher

Do ser emoção

Seria tão fácil

porém complicado

Bastaria ao olhar

Sentir a criança

Que teima na dança

Fazer de seus passos

Jardins encantados

Bastando segui-los

Pra entender um sorriso

 

Falar da mulher

Do ser coração

Seria tão frágil

Na forte missão

De ser um abrigo

Ao ser tão querido

De ser a palavra

Que tanto encoraja

Maternal natureza

De seres que amam

além das fronteiras